segunda-feira, 16 de agosto de 2010

CARTA DAS PASTORAIS DA JUVENTUDE DO RIO GRANDE DO SUL SOBRE O IPJ/RS

Ano de 2010, tempo de celebração e memória dos 30 anos do Instituto de Pastoral da Juventude. Um espaço de vida para a Juventude gaúcha, brasileira e latino -americana; um espaço de formação, pesquisa e assessoria para o trabalho das Pastorais da Juventude; um lar aconchegante, acolhedor dos sonhos que movem aqueles/as jovens que, a exemplo de Cristo, saem em missão para construírem o Reino de Deus.

Ano de 2010, tempo de profunda tristeza... É divulgado o fechamento da nossa casa, o IPJ. Lá podíamos ler, logo na entrada: “Esta Casa é sua...”. O mesmo espaço que há 30 anos era anunciado como a casa da juventude pelas congregações religiosas, embaladas pelo documento de Puebla em sua opção preferencial pelos pobres e jovens, hoje – três anos depois do documento Evangelização da Juventude – Desafios e Perspectivas Pastorais, retrato do que se viu acontecer no IPJ durante 30 anos - recolhe suas portas. Foi lá, aliás, que também começaram os encontros de Congregações e Movimentos que trabalham com jovens.

Onde fica o entusiasmo e o encantamento daqueles/as que, junto com os/as jovens, lutaram por esse sonho e hoje assinam a carta de encerramento do Instituto? Onde está o amor sem medidas e a opção pela juventude ao dar fim?

Formação de jovens, formação de assessores, pesquisas, articulação, acompanhamento, projetos de vida, projetos sociais, cultura, alegria, história... Ao longo dos 30 anos, o Instituto de Pastoral da Juventude desenvolveu todas essas atividades em favor da evangelização juvenil. Será que todas essas iniciativas e frutos não foram suficientes para sensibilizar o conjunto das diversas congregações que ofereciam a casa a continuar com o trabalho?

As Pastorais da Juventude do Rio Grande do Sul choram nesse momento porque, não era desejo da juventude o desligamento do IPJ, mas sua atualização nos três campos que o caracterizaram. Lamentamos que não fomos chamados para o diálogo e conhecimento dessa situação. Por que não fomos ouvidos? Por que não pediram nosso simples, mas solidário auxílio? Por que não houve uma conversa para maior esclarecimento, além da carta divulgada pelo Conselho Superior? Queremos garantir que a proposta de assessoria, formação e pesquisa seja efetiva, e que também nossa identidade pastoral e história sejam preservadas, assim como as das demais organizações de nossa Igreja envolvidas nesse processo.

Apesar do acontecido, seguimos a caminhada e com esperança de que jovens, adultos/as, religiosos/as e sacerdotes, coloquem-se à serviço das PJ´s do RS, do Brasil e da América Latina. Assumimos um projeto que não é somente nosso. Nosso projeto é do Reino de Deus que é muito maior do que nós, porém depende também de nós, neste momento histórico, que Ele se antecipe. É também através de uma juventude protagônica que o Reino aconteça, pois na juventude se encontram, também “as sementes ocultas do Verbo”, como fala o Vaticano II.

Com a paz inquieta,
Pastoral da Juventude
Pastoral da Juventude Estudantil
Pastoral da Juventude Rural

Nenhum comentário: